Competição em noite de Confronto de Maestros.

O Campo Pequeno foi palco de mais uma corrida de toiros nesta que é intitulada a temporada sensacional, ¾ de casa para o anunciado ‘Confronto de Maestros’. Três dos mais conceituados cavaleiros tauromáquicos do panorama taurino nacional actual competiram e a noite resultou muitíssimo agradável. Também houve ‘competição’ entre três grupos de forcados. E o ‘rei da festa’ pertencia à ganadaria Santa Maria.
João Moura abriu a noite com um exemplar de 560kg que pouco perseguiu depois da colocação da ferragem e que, por vezes, decaiu para tábuas. O mais antigo de alternativa dos três, deixou uma série de curtos de qualidade e alguns detalhes na brega. Partiu de largo e cravou. Moura será sempre Moura! O segundo que lhe coube em sorte tinha 600kg, o cavaleiro cumpriu com correcção mas sem grandes destaques. Terminou, debaixo de aplausos, com dois palmitos.
António Ribeiro Telles começou por lidar um Santa Maria de 580kg que perseguia pouco depois do ferro. Destaque para a brega de mestre. Cravou uma série de curtos e deixou na arena do Campo Pequeno o ‘perfume’ do clássico. Dos mais clássicos que temos hoje em dia nas nossas praças. E o que é clássico, nunca passa de moda. O segundo tinha 615kg e era mansote. Apesar de algumas passagens em falso, com o decorrer da lide a prestação de António Telles subiu de tom. Com ‘trabalhos dobrados’ frente ao reservado exemplar, surgiu uma série de curtos como mandam as regras. O ‘maestro’ António Telles soube tocar-lhe as notas certas.
Luís Rouxinol teve pouca sorte e calhou-lhe os piores do lote, mas isso não implicou as prestações menos conseguidas, antes pelo contrário – os mansos também têm lide. Rouxinol é um lidador nato. O primeiro tinha 605kg, era manso, de arreões e desligava-se com facilidade da montada. Sim, daqueles que parecem impossíveis! A raça e querer do cavaleiro de Pegões foram superiores à seriedade e mansidão do oponente. Com o toiro fechado em tábuas, Rouxinol sacou um triunfo. Culminou com um palmito uma lide onde o ‘maestro’ não deixou a banda desafinar apesar das complicações. O segundo não era melhor, antes pelo contrário, o exemplar de 530kg era outro manso. Rouxinol, de novo, não cruzou os braços - uma lide de muito mérito e valor onde deixou uma série de curtos aplaudidos resultado da sabedoria com que escolheu os terrenos. Terminou em apoteose com um par de bandarilhas e um palmito exigido de pé pelo público presente. O impressionante é que fez parecer tudo aquilo muito fácil – sabemos que não o é!
As pegas estiveram a cargo dos Amadores de São Manços, que se encontram em ano de comemoração de 50 anos de existência; Real Grupo de Moura e Amadores de Chamusca.
Pelos Amadores de São Manços iniciou função João Fortunato que efectivou, e bem, à segunda tentativa. Seguiu-se Pedro Fonseca que consumou ao primeiro intento com o toiro a fazer a viagem com a cara por baixo.
Pelo Real Grupo de Moura bateu as palmas Xavier Cortegano que se fechou decidido à segunda tentativa, e o cabo do grupo, Valter Rico, concretizou ao primeiro intento, dobrando João Cabrita que saiu lesionado.  
Pelos Amadores da Chamusca João Vasconcellos consumou à segunda tentativa, depois de na primeira ter saído da cara do toiro após um derrote mais violento, e Luís Isidro fechou a noite com uma pega à terceira tentativa com ajudas mais carregadas.
Dirigiu a corrida o Sr. Manuel Gama.

Lisa Valadares Silva