Moura e Loia marcam Corrida do Emigrante.

A Corrida do Emigrante leva aos toiros os nossos que estão lá fora mas que por estas alturas voltam e matam saudades das tradições portuguesas. Assim foi na passada quinta-feira no Campo Pequeno. Um público muito heterogéneo preencheu cerca de meia casa, em Lisboa.
Um curro de toiros Maria Guiomar Cortes Moura com mobilidade mas pouca transmissão. A média de pesos estava para lá dos 600kg. Mas como peso não é trapio, nem bravura – os Cortes Moura simplesmente ‘andaram por lá’.
No que aos cavaleiros diz respeito o maior destaque vai exactamente para o mais novo do cartel: Miguel Moura. E falando de pegas é impossível esquecer um nome: Marcelo Loia.
Vítor Ribeiro com o primeiro e complicado exemplar teve uma lide séria com dois ou três curtos de maior destaque que contrastou, infelizmente, com toques na montada. O segundo ‘assentou arraias’ em tábuas e Vítor Ribeiro, experiente cavaleiro, fez o que sabe e pôde. Houve emoção na colocação da ferragem.
Jacobo Botero chega com uma facilidade incrível às bancadas e leva o público ‘no bolso’. No primeiro que lhe coube em sorte, o curto com que iniciou a série foi extraordinário. Culminou com um aplaudido violino. No segundo, os toques na montada retiraram brilho à lide. Com uma série de curtos que resultaram bem, terminou com violino e rosas.
Miguel Moura é um caso, e não fosse ele detentor de um apelido tão poderoso. O mais novo do cartel, mas o que levou a cabo as duas lides mais regulares e sóbrias. Deu gosto vê-lo! Muita raça e entrega e uma grande noção de lide. Deu vantagens aos oponentes, aguentou e cravou com emoção. Pisou terrenos ‘importantes’. Não descurou do remate das sortes e fê-lo à Moura. ‘Filho de peixe, sabe nadar…’
O Grupo de Forcados Amadores do Barrete Verde estava de regresso ao Campo Pequeno. O primeiro a bater palmas foi Diogo Amaro, e à sexta tentativa conseguiu ficar na cara de um ‘comboio’ que nas cinco vezes anteriores entrava com violência no grupo. O grupo ficou diminuído pois três forcados rumaram à enfermaria. Perante isto o cabo resolveu fardar outros, uns que estavam nas bancadas e João Salvação, antigo cabo e um ‘forcadão’. A segunda pega do grupo foi concretizada à primeira por intermédio de César Nunes com uma preciosa ajuda de João Salvação. A última fechou em beleza a prestação do Barrete Verde: Marcelo Loia predispôs-se para ir à cara. E, de novo, ‘fez das suas’ – um pegão. Ajudado e bem por João Salvação, a pega foi merecedora de duas voltas, a segunda acompanhada pelo antigo cabo.
Pelo Grupo de Forcados Amadores das Caldas da Rainha foram à cara os forcados António Galeano que consumou à terceira tentativa, faltando ajudas e daí ter sido consumada à terceira; António Cunha concretizou à segunda uma pega rija, e o cabo Francisco Mascaranhas prontificou-se para o último e fechou-se com grande correcção à primeira tentativa com o grupo a ajudar decidido.
Dirigiu a corrida o Sr. João Cantinho.
Lisa Valadares Silva