Noite de toiros em Alter..

Integrada nas festas anuais de Alter, a sua praça recebeu mais uma corrida de toiros à portuguesa. O público preencheu ¾ de casa e noite resultou muito agradável.
Seis toiros Proença saíram ao ‘ruedo’ alterense. Seis bravos Proença. Todos, uns mais que outros, saíram com pata, mobilidade e transmissão. Um impecável curro de toiros. E havendo matéria-prima as ‘coisas’ correm bem.
Manuel Ribeiro Telles Bastos abriu a noite com um exemplar de Proença com apresentação e trapio. Saiu a pedir contas, a pedir toureiros e Telles Bastos esteve lá. Com uma brega de grande qualidade, equilibrando o toiro e deixando-o nos melhores terrenos deixou uma série de curtos de grande qualidade. A sua classe ‘enche’ a arena e Alter aplaudiu. Destaque para o curto com que encerrou a função. O segundo era diferente de comportamento, mas cumpriu, e bem, a ‘função’. A toreria e elegância de Manuel Telles Bastos são indiscutíveis. O cavaleiro entendeu na perfeição o que tinha por diante e a ferragem curta foi deixada segundo as regras: de frente e ao estribo. Rematou com uma rosa, o que não é muito habitual. Mesmo não sendo um hábito, terminou em grande a sua passagem por Alter do Chão.
Marcelo Mendes ‘pôs a carne no assador’. No primeiro, a colocação da cravagem comprida resultou irregular, mas a lide veio a mais quando saiu montando o Único. Aí sim! Momentos de muita emoção e de impacto. Marcelo Mendes rematou as sortes levando o oponente na barriga da montada. Foi de aplausos de pé! Quiebros de impacto que chegaram com muita facilidade às bancadas. Foi, de facto, Único! Da segunda vez que saiu à arena de Alter, a lide não foi tão impactante, mas igualmente bem conseguida. Com muita entrega e garra, Marcelo deixou bons curtos que contrastaram com algumas passagens em falso.
Filho de peixe sabe nadar – exemplo disso é o praticante Rouxinol Jr. Dá gosto vê-lo! Tem muita raça, entrega-se. Tem bons modos e um grande sentido de lide. Chega com facilidade às bancadas e em Alter não foi diferente. Uma brega de qualidade e bem na colocação da ferragem que umas vezes resultou mais cingida e outras menos, mas que não retirou emoção e brilho à faena. Terminou com um palmito. Com o que encerrou a noite, levou a cabo uma lide muito ritmada e ligada quer ao oponente quer ao público. Culminou com um palmito depois de uma série de curtos correctíssima, carregada de arte.
As pegas estiveram a cargo dos Amadores de Alter do Chão e Académicos de Elvas. A primeira da noite foi efectivada à dobra e à terceira e com ajudas carregadas por intermédio dos amadores de Alter. O de Elvas fechou-se decidido à segunda tentativa na cara do segundo Proença da noite. O grupo de Alter consumou à primeira tentativa a terceira pega da noite. Seguiu-se Elvas, o forcado viajou sobre o piton recompondo-se na cara do toiro e concretizou à primeira. Alter pegou de cernelha o quinto da noite. Elvas fechou a noite com uma pega rija à primeira tentativa.
Um curro imponente pediu toureiros. Houve toureiros para os Proença!
Dirigiu a corrida o Sr. Rogério Jóia.
Lisa Valadares Silva