A primeira de Alcochete - E o prémio bravura vai para...


Foi no domingo passado que se iniciou a Feira Taurina de Alcochete, integrada nas tradicionais Festas do Barrete Verde, com o 33º Concurso de Ganadarias. A praça quase encheu para um domingo de toiros.
António Ribeiro Telles abriu a tarde com um exemplar Rio Frio de 550kg com pouca transmissão, um complicado com pouco para dar. Ainda assim, a maestria do cavaleiro fez-se notar: pôs tudo. Um início de tarde interessante com três curtos de destaque. O segundo que teve por diante, era proveniente de Romão Tenório – o mais pesado da corrida, acusou 665kg mas nem isso o impediu de saltar por duas vezes as tábuas e espalhar o pânico entre barreiras. E como ‘os olhos também comem’, este encheu a barriga a muita gente. O cavaleiro andou muito dentro daquilo que dele se espera, num ‘tom’ clássico, de frente e ao estribo, como mandam as regras. Lide entretida e aplaudida.
Rui Salvador, em dia de comemoração do 31º aniversário de alternativa, teve os piores do lote. O primeiro, Vale Sorraia, com classe e uma bonita investida. Mas acusou problemas de locomoção e o cavaleiro dos ‘ferros impossíveis’ ficou-se pelo essencial. Com o segundo, de Eng. Samuel Lupi, viu-se mais de Rui Salvador, alguns momentos de grande impacto, mas o oponente cedo ‘rachou’ e história ficou-se por pouco mais que a introdução.
Vítor Ribeiro começou por lidar um Passanha que pecava pela escassa transmissão, o cavaleiro tentou ‘sacar’ o que este tinha para dar, mas faltou algo. Ribeiro deixou apenas o seu ‘perfume’ na arena de Alcochete. O segundo que teve por diante, Pinto Barreiros, entendeu-o perfeitamente e pôs o que o toiro não tinha. Levou a cabo momentos muito bonitos de toureio que chegaram com impacto às bancadas.
Sebastián Peñaherrera toureou um nobre novilho Passanha extra-concurso. Valor, indiscutivelmente, tem. Noção de lide e terrenos, também. Tem bons modos. Há um caminho a percorrer, mas o caminho é este. Deu o ar da sua graça em Alcochete, vamos ver como corre nas restantes oportunidades que lhe forem dadas.
A tarde foi de exaltação do Grupo de Forcados Amadores de Alcochete. Rúben Duarte bateu as palmas ao primeiro, e à segunda tentativa fechou-se com decisão. Pedro Viegas consumou à primeira uma pega rija ao segundo da tarde. Diogo Timóteo concretizou ao primeiro intento uma pega onde o toiro levou a cara por baixo. Fernando Quintela foi à cara o quarto da tarde com valentia e fechou-se eficácia à primeira tentativa. O cabo Vasco Pinto prontificou-se para bater as palmas ao quinto e concretizou ao segundo intento. Nuno Santana consumou ao primeiro intento a pega do último toiro. O jovem António Cardoso foi à cara do novilho e efectivou à segunda tentativa.


Em disputa estavam dois troféus: Apresentação e Bravura. O prémio Apresentação foi entregue ao toiro que saiu em quarto lugar da ganadaria Romão Tenório. E o prémio bravura foi para… Ora, não foi! Não tivemos bravos a concurso. E só isto resume a primeira de Alcochete.


No intervalo a Banda de Alcochete homenageou António Manuel Cardoso com um pasodoble denominado ‘Nené’.


Lisa Valadares Silva