Pelo grupo de Santarém, venha vinho!


Haverá melhor forma de comemorar o dia de Portugal do que com uma ida aos toiros? Ora, para mim, não! E assim foi, no passado dia 10 fui até à Celestino Graça para uma corrida que marca a história do centenário Grupo de Forcados Amadores de Santarém.
Não quero roubar triunfos, mas, para mim, a tarde foi do Grupo de Forcados de Santarém. De todos! Dos que se fardaram e pisaram a arena, dos que sem se fardarem ficaram entre barreiras e não menos das antigas glórias que da bancada viveram e aplaudiram efusivamente aqueles que são a “sua” continuidade.
E começo exactamente por eles. Foi a despedida de Diogo Sepúlveda das arenas, ou melhor, e porque a palavra “despedida” pode pesar muito, foi a passagem de testemunho. Diogo Sepúlveda capitaneou o grupo desde 2008 e, passados 8 anos, foi a vez de João Grave “tomar posse”.
Diogo Sepúlveda pegou o primeiro da tarde, citou com garbo e agarrou-se decidido à barbela e foi ajudado exemplarmente consumando, desta forma, à primeira tentativa. Seguiu-se João Grave que aguentou com firmeza os derrotes e concretizou uma excelente pega ao primeiro intento. Luís Sepúlveda foi à cara do terceiro e efectivou com qualidade à primeira. João Brito aguentou-se muito bem na cara do toiro e concretizou também à primeira tentativa. Lourenço Ribeiro falhou na reunião mas emendou-se e efectivou à segunda. Fechou em bom a tarde António Goes que consumou, e bem, ao primeiro intento.
“Pelo grupo de Santarém, venha vinho!”
O curro foi de Passanha. Um curro, no geral, bem apresentado.
No que toca a cavaleiros, Luís Rouxinol comemorava naquela 29 anos de alternativa. Para a tarde de comemoração esteve, no primeiro toiro, um pouco abaixo daquilo que lhe conhecemos mas, mesmo assim, muito por cima do oponente que, apesar de ter saído com pata, veio a menos e “parou-se” nos curros. Com o segundo viu-se mais daquilo que estamos habituados: correcção, ligação e qualidade.
Rui Fernandes foi o que mais se destacou entre os cavaleiros. Apesar do primeiro toiro transmitir pouco, o cavaleiro esteve por cima dele e cumpriu. Frente ao segundo, a raça, entrega, valor e ganas do cavaleiro foram notórias. A colocação da ferragem, encurtando distâncias, chegou com impacto às bancadas.
João Telles Jr., com o primeiro da tarde, o cavaleio cumpriu sem grandes destaques uma actuação que veio de menos a mais. Com o segundo chegou com maior facilidade e impacto ao público, partiu de largo e cumpriu com eficácia e qualidade.
Dirigiu a corrida o Sr. Manuel Gama.

Lisa Valadares Silva