Prova disso é que o Campo Pequeno encheu.
Abriu a noite Luís Rouxinol frente a um toiro de 470kg com
pouco trapio e transmissão. O cavaleiro de Pegões deixou a ferragem da ordem. Nos curtos fez uso dos ladeios e chegou com facilidade público. Fez por andar ligado ao oponente. Escutou música e o público gostou do que viu. Levou a cabo uma boa lide que terminou com um palmito e um par de bandarilhas. No segundo, de melhor apresentação mas igualmente com 470kg e, para mim, o mais complicado da noite e que tardava a investir, mas a experiência do cavaleiro falou mais alto. Partiu em curto para deixar a ferragem, indo à cara do oponente. Culminou com um palmito.
Diego Ventura, pela segunda vez na primeira praça do país, começou por enfrentar um toiro de 465kg que teimava em adiantar-se, de fraca apresentação. Com um toiro que não permitiu a Ventura o triunfo e os aplausos que desejava, o rejoneador aplicou-se nos ladeios e recortes e sacou fortes aplausos. Deixou-se tocar, mas foi igualmente aplaudido. Levou a cabo uma lide correcta, mas dando primazia à exuberância. A lide veio a mais, deixou um palmito. O segundo do lote acusou 540kg e fraca mobilidade. Ventura ‘deixou-se’ de adornos e apostou num toureio frontal, com verdade e com emoção. Emoção que chegou às bancadas. O campo pequeno agradeceu ao ‘furacão’ em aplausos. Sortes cingidas fizeram vibrar a aficion que em uníssono exigiu ‘mais um’ repetidamente. Com o público no bolso, Ventura deu duas voltas ao ruedo, a segunda acompanhado das suas montadas: Puerta Grande e Milagro. Os ‘súbditos’ desfizeram-se em aplausos e o ‘rei’ beijou a arena lisboeta.
O cavaleiro teve uma passagem digna pelo Campo Pequeno, mas talvez não tivesse sido a noite sonhada.
Para os moços de forcado a noite foi de êxito. Seis pegas à primeira de dois grandes grupos da actualidade.
Por Santarém foram caras: o cabo, Diogo Sepúlveda, António Taurino, com uma grande ajuda, e António Grave Jesus.
Dirigiu a corrida o Sr. Manuel Gama.
Lisa Valadares Silva