Houve toiro em Vila Franca.

Debaixo da alçada de novo empresário, a Palha Blanco iniciou a temporada no passado dia 10. Houve sol e toiros e a praça de Vila Franca de Xira registou cerca de meia casa.
À arena de Vila Franca saíram seis Veiga Teixeira de grande apresentação e trapio. E não esquecer que “os olhos também comem…”. Pediram toureiros mas nem sempre os houve.
Iniciou as “hostes” o veterano Luís Rouxinol com um exemplar de 550kg que não permitia falhas. Deixou dois compridos e levou a cabo uma lide regular e com grande sabedoria. Culminou com um palmito de qualidade deixando de fora a habitual assinatura – o par. No seu segundo, com 495kg de peso, vimos uma lide esforçada mas sem grandes detalhes e destaques de maior. Terminou, tal como na lide do primeiro, com um palmito. A Luís Rouxinol foi concedida volta à arena pela sua primeira prestação, já o mesmo não aconteceu na segunda vez que saiu à arena da Palha Blanco.
Filipe Gonçalves teve por diante um Veiga Teixeira de 520kg que também não “vinha para brincadeiras”. Uma lide de quiebros e ligada que sacou alguns aplausos. Concluiu com um par de bandarilhas. Filipe Gonçalves teve o melhor toiro da tarde, o quinto. Dizem que não há quinto mau, e em Vila Franca assim foi. Toiro de bandeira que acusou 530kg. Mas houve um problema… Não houve toureiro e ficou toiro por ver. O cavaleiro insistiu nos quiebros que a “malta” gosta, mas não resultou. Insistiu, persistiu e não desistiu, mas não resultou. Uma pena! (De notar, que este toiro voltou ao campo). Ao algarvio, foi concedida volta pela lide do primeiro, não ocorrendo o mesmo pela lide do segundo.
Duarte Pinto lidou o terceiro da tarde, 535kg. Duarte é um daqueles que tem a “escola” dos antigos e isso viu-se. Pisou terrenos de compromisso e isso é emocionante. E a festa precisa, diga-se… Desenrolou uma correcta lide, primou pela verdade, raça e entrega. Entrou de frente e rubricou momentos altos da tarde. No segundo, brindou a seu pai, Maestro Emídio Pinto pela comemoração de 40 anos de alternativa. Dois compridos de grande qualidade, mas a lide veio a menos. O Veiga Teixeira fechou-se em tábuas e Duarte Pinto deixou dois a sesgo e nada mais conseguiu e pôde fazer, embora tenha demonstrado vontade. A aficion entendeu, e aplaudiu o cavaleiro, ao passo que este pediu desculpas a quem preencheu as bancadas, atitude louvável de grande humildade, ao alcance de poucos. Duarte foi premiado com volta à arena pela lide do primeiro, ao invés do que aconteceu na lide do segundo.
As pegas estiveram a cargo do grupo da terra e do Aposento da Moita, estando em disputa o troféu João Villaverde (cuja homenagem se ficou por brindes a sua esposa, Paula Villaverde) para melhor grupo.
Por Vila Franca de Xira, Pedro Castelo foi à cara do primeiro, com uma boa primeira ajuda, concretizou à primeira tentativa; o valoroso forcado Ricardo Patusco consumou à primeira e Rui Godinho fechou a prestação dos da terra, efectivando, igualmente, à primeira. Valentes!
Pelo grupo do Aposento da Moita, foram caras José Maria Bettencourt que consumou ao quinto intento, já depois de dois avisos, e a sesgo; Nuno Inácio que efectivou à primeira uma pega com espectacularidade e, por fim, José Henriques concretizou à segunda e muito mérito para o primeiro ajuda.
Venceu o troféu João Villaverde o Grupo de Forcados Amadores de Vila Franca de Xira.
Que esta corrida tenha sido o início de uma boa temporada na centenária Palha Blanco.
Dirigiu a corrida o Sr. Manuel Gama.


Lisa Valadares Silva