Corrida Mista no Sobral.

Depois de adiada por uma semana, realizou-se no passado domingo uma corrida de toiros mista em Sobral de Monte Agraço. Mesmo já tendo terminado as festas anuais, foram preenchidos cerca de ¾ fracos de casa. Faltou toiro, mas houve emoção. Os Prudêncio cedo ‘racharam’ mas foram nobres, os Torre de Onofre eram escassos de forças.
Coube a Manuel Telles Bastos abrir praça dado que António Telles toureou no mesmo em dia em Coruche. O exemplar de Prudêncio não ‘facilitou’ a tarefa tendo mesmo descaído para tábuas exigindo que o cavaleiro se esforçasse para o de lá tirar, e assim foi. Com a classe que nos habituou, Manuel Telles Bastos andou muito a gosto, cravando ao estribo proporcionando momentos de grande qualidade e emoção.
António Ribeiro Telles lidou o que saiu em quarto lugar. O Prudêncio cedo descaiu para tábuas, mas a experiência e sabedoria de António permitiram-lhe dar a volta ao oponente rubricando grandes momentos de toureio, cravando em tábuas, como sorte de recurso, mas como deve ser feito, respeitando as regras: de frente e ao estribo.
Manuel Dias Gomes, o único matador em praça, recebeu com um quite variado de capote o seu Torre de Onofre que humilhava de forma bonita. Na muleta, ia muito bem pelo piton direito e o matador aproveitou essa virtude tirando partido da mesma. Bonitas séries pela direita que contrastaram com ‘desplantes’ aplaudidos. O segundo que enfrentou tinha visivelmente pouca força. Recebeu correctamente com o capote. Na muleta, bons momentos por ambos os pitons, com verdade, mão baixa, e a emoção a chegar às bancadas. Pintou um bonito quadro.
João Augusto Moura deixou detalhes em ambas as vezes que saiu ao ruedo. Quer no primeiro, quer no segundo, foi autor de grandes momentos de arte. ‘Apuntes’ de arte por ambos os pitons. Querer, raça e entrega é o que Augusto Moura demonstra. Que seja este ano ainda ou no próximo que possamos ‘festejar’ o 41º matador de toiros português. Isto enche-me(nos) de orgulho!
O que encerrou a tarde foi lidado a duo por tio e sobrinho. António e Manuel não tiveram tarefa fácil. Tal como os restantes Prudêncio, descaiu para tábuas e foi difícil de tirá-lo de lá. Destacando-se o último ferro de ambos.
Para pegar os Prudêncio esteve o Grupo de Forcados Amadores de Lisboa e para a cara do primeiro foi Pedro Gil que concretizou e bem à primeira tentativa enchendo a cara ao toiro. Seguiu-se Duarte Mira que efectivou à quarta com ajudas carregadas a pega ao complicado Prudêncio. Daniel Batalha foi à cara do último e concretizou à segunda tentativa com o grupo a ajudar bem.

Lisa Valadares Silva