Como é Carnaval…

A nossa temporada começa em Mourão, mas logo ali ao lado e uma semana depois temos o Festival da Granja.
Este ano deste festival ficam poucas (ou quase nenhuma) coisas na memória: os novilhos/toiros de António Silva, Sommer d’Andrade e Silva Herculano em pouco ou nada ajudaram à festa; duas lides a duo e é do conhecimento geral que um novilho/toiro partilhado não dá para rubricar grandes momentos e a inspiração dos artistas parece que escasseou ou por estarmos muito no início ou porque o carnaval assim o quis.
A parelha Francisco Núncio – Rouxinol Jr. abriu a tarde com altos e baixos, a pouca ligação entre os dois cavaleiros foi evidente, mas ainda assim ficam dois curtos, um de cada, para recordação. Manuel Telles Bastos e António d’Almeida fecharam a tarde, e aqui o destaque vai para Telles Bastos que não se limitou a cravar mas também a deixar sublimemente o toiro em sorte para o seu companheiro de lide e isso tem mérito.
Nas ‘prestações individuais’ o mais novo do cartel levou a melhor. Rouxinol Jr andou com acerto, escolheu os terrenos certos e deixou bons curtos. Começou em bom esta temporada, confirmando o que já se tinha verificado em 2015. Que seja um bom presságio!
Francisco Núncio lidou o sobrero. Lide esta que não chegou para aquecer as bancadas. Cá a cima chegou pouca coisa. Deixou a ferragem da ordem e pouco mais. As passagens em falso foram quase uma constante.
Manuel Telles Bastos não teve a vida facilitada com o exemplar escasso de forças que teve por diante. Cumpriu mas sem romper. Com dois curtos de qualidade, mas por aí se ficou. Faltou qualquer coisa.
O que saiu a António d’Almeida também não lhe simplificou a função. O novilho tinha pouca força e era reservado. O cavaleiro pecou pela escassa brega, intervieram vezes sem conta os seus subalternos para lhe deixarem em sorte o novilho. Quando cravou, fê-lo bem.
As pegas estiveram a cargo dos amadores de Évora e Monsaraz. Pelos de Évora bateram palmas Afonso Mata (concretizando à primeira tentativa), José Passanha (fechou-se ao primeiro intento) e Carlos Silva (efectivou à segunda). Por Monsaraz foram à cara André Reis (fechou-se à quarta tentativa), José Campaniço (concretizou à primeira) e Carlos Pome (efectivou à segunda).
Diz-se que como é carnaval ninguém leva a mal, no entanto mesmo estando nesta época do ano creio que uma melhor qualidade dos novilhos/toiros teria sido uma mais-valia para o festival e a história podia ter sido outra.

Lisa Valadares Silva