Pablo em ombros e uma orelha para Léa Vicens em Córdoba

Os Rejoneadores Pablo Hermoso de Mendoza (espanhol) e Léa Vicens (francesa), que quinta-feira actuam no Campo Pequeno, cortaram duas e uma orelha, respectivamente na corrida de domingo à tarde, na cidade espanhola de Córdoba.
Léa Vicens vem confirmar a alternativa ao Campo Pequeno, no dia 4 de Junho, alternando com Pablo Hermoso de Mendoza e o português João Moura Júnior e, no sábado seguinte, dia 4, submete-se a idêntica prova, em Madrid (Las Ventas), também na companhia de Pablo Hermoso de Mendoza.
A propósito da sua confirmação em Lisboa, Léa Vicens, que define o seu toureio como um misto de “classicismo e modernidade, mas sempre privilegiando a abordagem frontal ao toiro”, diz estar maravilhada por tal facto e reitera para o Campo Pequeno o título de “Capital Mundial do Toureio a Cavalo”.
“Ali o público entende e valoriza o que o cavaleiro faz na arena”, sublinha.
Para o Campo Pequeno, Léa Vicens traz 9 cavalos. De saída. O “Bach” (Puro Sangue Lusitano de 9 anos), a “Guitarra”, uma égua cruzada de 7 anos e o “Dilúvio”, um luso-árabe de 7 anos. Para os ferros curtos e os de palmo a “Gacela”e o “Bético”, ambos luso-árabe-quarto de milha de 9 anos, o “Desafio”, a “Bazuka” e o “Desejado”, Puros-Sangue Lusitano, respectivamente de 9, 6 e 5 anos e o “Jazmin” de Pura Raza Española, com 7 anos.
Nascida em Nîmes, 22 de Fevereiro de 1985, de muito tenra idade (4 anos apenas) começou a montar a cavalo. Cresceu na Camarga, região do sul de França onde abundam toiros e cavalos. Desenvolveu o gosto e a apetência natural pela equitação e cimentou os seus conhecimentos do cavalo, sobretudo o de toureio, com Mestres da Arte de Mariavla e do Rejoneio.
Um encontro com o Mestre do Rejoneio Ángel Peralta modificou a sua vida. Instalou-se no rancho que Ángel explora juntamente com o seu irmão Rafael e aí depurou o seu conceito de equitação e aprimorou o seu estilo de rejonear.
Sobre a corrida da próxima quinta-feira, Pablo Hermoso de Mendoza, que saiu em ombros no final da corrida de Córdoba, diz que “O Campo Pequeno é o grande exame para qualquer Rejoneador” e que para si representa “a autêntica Catedral do Toureio a Cavalo”.
“É um público perante o qual todos os anos me apresento e, por muito que aqui actue, sinto-me sempre obrigado a mostrar toureio de verdade e a dar o máximo ante aficionados tão exigentes”, refere.
Sobre o actual momento do toureio a cavalo em Portugal e Espanha, Pablo vê o ambiente em Portugal “um tanto parado no que diz respeito ao aparecimento de novos valores”, deixando uma interrogação e uma constatação: “Não sei se tal se deva a falta de oportunidades ou a que não aproveitem as que lhes dão, mas não vejo que nos cartéis apareçam grandes novidades”.
Comparando com Espanha diz que ali “todos os anos aparecem novos valores”, embora refira que também lhes custe muito manterem-se nos lugares cimeiros, de um ano para o outro. “Num ano vemos nomes novos no topo do ‘escalafón’ e no ano seguinte desaparecem dessa posição”, acrescenta.
Para Lisboa, Pablo traz um misto de cavalos muito rodados e de outros mais jovens. E justifica porquê: “a minha ideia é fazer, como em anos anteriores, ou seja, misturar cavalos consagrados com outros menos experientes e mesmo com cavalos debutantes. Entre os primeiros estarão o “Napoleão”, o “Disparate”, o “Beluga”, o “Viriato” e o “Pirata”, ao passo que, entre os segundos, se contarão o “Alquimista”, o “Donatelli” e o “Agora” e também o “Berlin”, um cavalo que estreei no ano passado e que será muito do agrado dos aficionados de Lisboa”.

Completam o cartel desta corrida os grupos de forcados amadores de Coruche e de Alcochete, capitaneados respectivamente por Amorim Ribeiro Lopes e Vasco Pinto, lidando-se seis bonitos toiros de Santa Maria.