Atravessaram o Atlântico para vencer.

Está a temporada a atingir o seu expoente máximo e não podia faltar no nosso querido mês de Agosto a Corrida do Emigrante. Aliada à Corrida do Emigrante houve Concurso de Pegas.

A concurso estiveram seis grupos e começo exactamente por aí. O grupo de Ribatejo abriu as “hostes” e para a cara do primeiro foi André Martins que consumou à primeira tentativa sem dificuldades. Por S. Manços, o cabo João Fortunato concretizou à primeira depois de mostrar que tem um valente par de braços ao aguentar um forte derrote. Seguiu-se Francisco Borges dos Amadores da Chamusca que efectivou à segunda tentativa depois de na primeira ter saído da cara do toiro fruto de um derrote. Do grupo que atravessou o Atlântico, do grupo de Turlock, George Martins foi eleito para a cara do quarto da noite e consumou a primeira uma pega rija, aguentando bem a viagem na cara do toiro. Pelo grupo de Monforte, Dinis Pacheco concretizou sem complicações à primeira. Os Académicos de Elvas fecharam a noite com uma pega efectivada à quarta tentativa com as ajudas carregadas, mesmo assim o toiro “rompeu” entre o grupo mas António Machado teve braços para se aguentar.  

Saiu vencedor deste concurso o grupo de Turlock (USA). Atravessaram o Atlântico para vencer!

À praça lisboeta saiu um curro da ganadaria Eng. Luís Rocha que, na sua maioria, pecaram pela escassa transmissão e força. Mesmo assim não criaram dificuldades de maior aos artistas.

No que toca a cavaleiros, o experiente Luís Rouxinol abriu praça frente a um exemplar de 606kg. Levou a cabo uma lide regular e aplaudida. A sapiência com que bregou é muito valorosa. É de destacar dois curtos. O público gostou e vibrou também com o final da lide quando deixou um palmito e bandarilhou a duas mãos.

Sónia Matias teve uma passagem discreta por Lisboa. Um lide sem história a um manso exemplar que acusou 558kg. A colocação da ferragem resultou irregular. 

Seguiu-se Gilberto Filipe a quem coube em sorte um toiro com 530kg que, tal como os anteriores, tinha pouca força e transmissão. O cavaleiro entendeu o que tinha por diante e deu-lhe a lide adequada. Passagem meritória por Lisboa com ferros de qualidade. 

Depois do intervalo, saiu Francisco Palha a arena. Foi uma lide de altos e baixos. Infelizmente, mais baixos do que altos. É pena porque os “altos” são de grande qualidade e classe, mas o cavaleiro deixou-se apertar duas vezes em tábuas e existiram demasiadas passagens em falso. 

O jovem Miguel Moura lidou o quinto da noite. Realizou uma lide correcta, no estilo “Moura”, com batidas ao piton e ainda se adornou com piruetas na cara do oponente. Foi aplaudido e o público vibrou.

Last but not least, fechou a noite Parreirita Cigano. O único praticante do cartel foi uma lufada de ar fresco. Apesar de pequenos erros, fruto da condição que ainda tem, o cavaleiro mostrou raça e entrega, e isso já meio caminho andando. Andou com verdade, a emoção chegou Às bancadas e cumpriu bem na colocação da ferragem.

Dirigiu a corrida o Sr. Pedro Reinhardt com a exigência adequada para a primeira praça do país não concedendo música como parte integrante da lide, mas sim, tal como deve ser, como prémio pela boa prestação do cavaleiro. 

Lisa Valadares Silva