Calma! Estou aqui...

A passada quinta-feira foi a noite dos novos valores da tauromaquia. E assim deve ser! O futuro da festa não é dos toureiros que hoje levam gente à praça, o futuro da nossa festa passa exactamente por estes jovens que sonham, lutam e acreditam. Desta vez foi dada a oportunidade de pisar a arena lisboeta a Cláudia Almeida, Francisco Núncio, Francisco Correia Lopes, João Pedro Martins, Sérgio Nunes e Paula Santos.
Foi bom ver as bancadas compostas para ver aqueles que (espero eu) darão continuidade à tauromaquia.
Abriu a noite Cláudia Almeida que teve por diante um novilho reservado pertencente à ganadaria Fernandes de Castro. A cavaleira chegou com facilidade às bancadas e arrancou fortes aplausos, apesar da ferragem não ter sido colocada da forma mais ortodoxa. Fechou a sua passagem por Lisboa bandarilhando a duas mãos.
Seguiu-se Francisco Núncio que lidou um novilho de Santa Maria. Teve uma actuação muito discreta e não entendeu na perfeição o que tinha por diante. Ainda está “verde” mas transmitiu ter muita vontade.
Francisco Correia Lopes foi o que fechou a parte equestre. E não podia ter fechado de melhor forma! Correia Lopes escreveu uma história diferente dos restantes cavaleiros. Num estilo mais clássico, de tricórnio colocado do início ao fim, levou a cabo uma brilhante actuação. Exceptuando o primeiro comprido, o resto foi excelente. Francisco Correia Lopes mostrou ter muito sentido de lide, soube entender o que tinha por diante, o exemplar de Eng. Luis Rocha foi bravo (premiado com volta à arena) e pediu um toureiro à altura. Deixou “água na boca”, deixou a ideia ‘Calma! Estou aqui e vou lutar por isto’.
As três pegas ficaram a cargo do grupo alentejano de Alter do Chão. Na praça havia muitos alterenses para ver os seus ‘gaiatos’. João Tita foi à cara do primeiro e concretizou com valentia à terceira tentativa. Marco Pires efectivou igualmente à terceira e João Galhofas fechou-se com decisão e consumou à primeira tentativa.
João Pedro Martins iniciou a parte de toureio a pé. O novilho de David Ribeiro Telles pouco transmitiu e não “respirava” bravura. João bandarilhou e fez as delícias do público, na muleta houve uma boa série pela direita.
A passagem de Sérgio Nunes pela arena lisboeta foi discreta. Saiu-lhe um Canas Vigourox que pouco transmitiu e o toureiro andou esforçado mas sem que a faena rompesse.
Paula Santos fechou a noite com um bravo exemplar de Murteira Grave. Levou a cabo uma faena de emoção. O seu toureio sentiu-se nas bancadas e, entre os novilheiros, Paula foi a mais aplaudida. Apesar da voltareta, a jovem não desanimou e seguiu com raça e ganas.
Dirigiu a corrida o Sr. João Cantinho.

Lisa Valadares Silva