Há esperança!

Se há uma noite que marca a temporada é a de dia 29. Quando disserem que o toureio a pé em Portugal não tem força, lembrem-se dessa noite! Dia 29 marca por vários motivos: a Porta Grande do Campo Pequeno abriu-se, o público vibrou com toureio a pé e parece ter renascido a paixão ao toureio a pé. Quem ganha com isso? Todos!
O curro pertencia à ganadaria Manuel Veiga e saíram bem apresentados, cumpridores. No geral, um bom curro sendo de destaque os lidados em quinto e sexto lugar.
Finito de Córdoba voltou ao Campo Pequeno depois de cá ter estado no Festival realizado no início da temporada. Se há toureiro com classe e subtileza, esse toureiro é Finito. Se no primeiro deixou ‘água na boca’ aos mais puristas do toureio, no segundo a faena foi de uma arte e torería que não cabe nestas palavras.
Juan José Padilla tem um valor e coragem tremendos. Parece que perdeu o medo da morte! Dono de um toureio mais popular chegou às bancadas de uma forma incrível. Deu gosto ver o Campo Pequeno a vibrar com Padilla. Andou variado, bandarilhou e Lisboa torno Padilla o seu mais recente ídolo. Deu, no total, cinco voltas de agradecimento.
Manuel Dias Gomes apresentou-se como matador de toiros em Lisboa e não se acanhou por ter dois “monstros” no cartel. Bordou toureio, especialmente com o segundo que investia, investia, investia e voltava a investir. Foi talvez, para mim, a melhor faena que lhe vi. Com temple, mão baixa, andou muito toureio. Há esperança! Portugueses aficionados ao toureio a pé: há esperança!
De grande nota foi também o tércio de bandarilhas a cargo de Joaquim Oliveira, Cláudio Miguel e João Ferreira que saudaram.
Dirigiu a corrida o sr. Rogério Jóia.

Lisa Valadares Silva