Manuel Ribeiro Telles Bastos: “2017 foi uma temporada de renovação, regularidade e afirmação”.

O cavaleiro Manuel Ribeiro Telles Bastos, que integra o cartel da corrida de gala, de encerramento do abono de 2017, no Campo Pequeno, considera esta temporada como de “renovação, afirmação e regularidade”.
“Foi uma temporada muito positiva tanto do ponto de vista quantitativo, pois passei de uma média de 13 corridas, para 30, como do ponto de vista qualitativo, pelos triunfos que alcancei, fruto de um trabalho de equipa que englobou não só o meu apoderado, Pedro Penedo, como todos os que connosco trabalharam”, refere.
Manuel Ribeiro Telles Bastos recorda a boa prestação das novas montadas e a “fidelidade” do experiente “Xinico”, o cavalo que normalmente utiliza para executar as “sortes de gaiola”. Quanto às novas montadas, o cavaleiro refere o “Gabarito de Peramanca”, um “Grave” em segunda temporada, Puro Sangue Lusitano e o “Roca Rey, cavalo cruzado de Lusitano com Inglês, que estreou esta temporada e ao qual reconhece “ampla margem de progressão”, bem como o “Rilvas”, de ferro Luís Rouxinol, cruzado e o “Diestro”, Lusitano com ferro Oliveira Martins. “Estes quatro cavalos novos permitem-me encarar o curto e o médio prazo com a tranquilidade que necessito para realizar o tipo de toureio que sinto”, acrescenta. Considera ainda que, a regularidade dos seus triunfos, foi a “pedra de toque” para a sua consequente afirmação artística.
Para o tipo de toureio, de corte vincadamente clássico, na linha de seu avô, Mestre David e de seu tio, António Ribeiro Telles, Manuel Telles Bastos exige, para que um cavalo faça parte da sua quadra tenha três características fundamentais: Força, habilidade e nobreza de carácter. E explica: “O cavalo tem de ter força e habilidade para entrar de frente nos terrenos do toiro. Tem de absorver a investida do toiro e não a descarregar, tem de possuir a necessária habilidade para sair limpo da sorte e a nobreza de carácter para obedecer às ‘ordens’, ou mais tecnicamente, às ajudas. Só assim podemos realmente desfrutar da verdade do toureio a cavalo”. Mas adverte que, encontrar estas três características no mesmo cavalo, “nem sempre é fácil”.
Manuel Ribeiro Telles Bastos foi o segundo cavaleiro a tomar a Alternativa no renovado Campo Pequeno, facto que ocorreu a 7 de Setembro de 2006. Foi seu padrinho Mestre David que os aficionados puderam ver nessa ocasião, pela última vez, montando a cavalo em praça. É com emoção que Manuel recorda essa noite de apoteose. “Recordo a cara de felicidade do meu avô…felicidade e realização pessoal. Vi um homem contente…ainda tenho nos ouvidos aquela interminável ovação que o público nos concedeu, bem como aos meus tios, João e António e ao meu primo João. Pareceu eterna…foi bonito…nunca vi uma coisa assim”.
Sobre a sua participação na corrida de dia 12, diz que “tourear no Campo Pequeno é sempre uma grande responsabilidade pois, uma boa actuação nesta praça, repercute sempre positivamente na carreira de um artista”. No seu caso especial, acrescenta nunca alhear-se do facto de ser uma arena que diz muito à sua família. “Só espero que me saia um toiro que me ajude a ter uma boa actuação”.
A corrida de encerramento do Abono de 2017, durante o qual se comemoram os 125 anos do Campo Pequeno, tem no seu cartaz os cavaleiros Rui Salvador, Rui Fernandes, João Moura Caetano, Manuel Ribeiro Telles Bastos, João Moura Júnior e Luís Rouxinol Júnior, bem como os grupos de forcados amadores de Évora e de Vila Franca, respetivamente capitaneados por João Pedro Oliveira e Ricardo Castelo, sendo lidados toiros da ganadaria Passanha.
A anteceder a corrida, desfilará o cortejo histórico evocativo das touradas reais do século XVIII.